segunda-feira, 20 de setembro de 2010

TIREÓIDE na linguagem do corpo

Significa que a pessoa chegou a um estado psicológico em que é capaz de acreditar conscientemente em sua inferioridade, sente-se humilhada por tudo e perdeu a capacidade de manter o otimismo. Acredita que nunca terá a felicidade que almeja e que não poderá, jamais, fazer o que gosta e o que precisa.


Crie, em sua mente, a possibilidade de você estar fazendo aquilo que mais gosta. Tenha em seu peito a sensação de estar se realizando plenamente. Seja imaginativo e faça brotar em seu coração as sensações que mais deseja.


Isso é fato: não tenha medo de imaginar, pois ninguém pode ”tirar-lhe” os pensamentos e pessoas normais não podem ler os seus segredos. Mesmo que os leiam, não podem interferir nos seus desejos.


Saiba que somos livres desde que nascemos e que, com o passar do tempo, nós mesmos tolhemos nossos potenciais por falta de habilidade de viver.


Comece já a ter fisionomia alegre e positiva. Dificilmente a sua cura cairá do céu, sem que você tenha que se empenhar em um esforço mental positivo. Ajude a natureza para que ela o ajude a equilibrar suas emoções e, conseqüentemente, a sua tireóide.
 
As informações acima estão incompletas e são do livro Linguagem do corpo da Cristina Cairo.
 
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No âmbito metafísico, essa glândula reflete os estímulos emocionais, estabelecendo no corpo uma condição propícia ao estado interior. Ela manifesta a capacidade que temos de mobilizar nossos recursos para alcançar aquilo que almejamos na vida.
 
A comunicação e a expressão corporal são fatores metafísicos relacionados à glândula tireóide. Expressar-se bem e dedicar-se à realização dos objetivos são atitudes que representam um fator de terminante para a saúde dessa glândula.



Para se obter sucesso na vida é preciso reconhecer o campo de atuação e observar os acontecimentos, porque eles enriquecem a experiência pessoal, favorecendo na maneira de proceder na realidade. Saber ouvir é uma qualidade que amplia as chances de sucesso.


Geralmente o meio não corresponde de imediato àquilo que pretendemos alcançar. Por isso é necessário abrir-se para receber opiniões; acatar as sugestões dos outros, encontrando um ponto de equilíbrio entre você e o ambiente. Ter bom discernimento entre os próprios anseios e as possibilidades que a vida oferece contribuirá para estabelecer melhores condições existenciais.  
 
As informações acima estão incompletas e são do livro:
METAFÍSICA DA
SAÚDE
VOL.3
SISTEMAS ENDÓCRINO




VALCAPELLI & GASPARETTO
 
 
RECOMENDO  OS AUDIOS ABAIXO:
 
 Louise Hay (audiobook) - Aprendendo a gostar de si mesmo
 
01Cristina Cairo
02 Cristina Cairo
03 Cristina Cairo

mais sobre TIREÓIDE (esta no final do audio) ,  clique aqui

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A glândula tireóide tem a forma de um escudo. Comparável a uma borboleta, seu corpo esguio agarra-se à parte inferior da cartilagem tireoidiana que está sobre a laringe enquanto as asas da borboleta, os dois lobos da glândula tireóide, estão dispostas de ambos os lados da traquéia. Sua função é a produção do hormônio do metabolismo que aparece sob duas formas. A L-tiroxina e a ainda mais eficaz tri-iodotironina consistem substancialmente de iodo e têm a função de mobilizar o metabolismo. Elas aumentam a vitalidade por mais tempo e de maneira mais duradoura que os hormônios de ação rápida produzidos pelas glândulas supra-renais, a adrenalina e a noradrenalina. Além do sistema circulatório, com a pressão sanguínea e a freqüência cardíaca, são estimuladas também as funções respiratórias e digestivas, a temperatura se eleva, aumentando também o metabolismo basal, a atividade nervosa e a excitabilidade muscular; enquanto o tempo de reação diminui, aumentam o estado de alerta e a velocidade de raciocínio.

Além disso, a glândula tireóide desempenha um papel decisivo nos processos de crescimento. Franz Alexander indica que, no processo de evolução, ela permitiu a passagem da água para a terra. É somente a partir dos anfíbios que os seres vivos têm glândulas tireóides. Aplicações experimentais de tiroxina no axolote Molchart mexicano propiciam a substituição da respiração branquial pela pulmonar, de maneira que os animais transformam-se de seres aquáticos em habitantes da terra firme. W. L. Brown chamou a tireóide de "glândula da criação". A tireóide conserva a relação com o mar até hoje por meio do iodo, que ocorre principalmente no mar e exclusivamente a partir do qual ela pode produzir seus hormônios. quando os seres humanos afastam-se muito do mar e, por exemplo, escalam montanhas distantes, passam a ter facilmente problemas de tireóide.

O significado dos hormônios da glândula tireóide para o amadurecimento humano é mostrado por sua carência, que provoca cretinismo e mixedema, onde o desenvolvimento corporal e espiritual ficam atrasados. As juntas de crescimento dos longos ossos das extremidades, por exemplo, somente se fecham tardiamente, o desenvolvimento da inteligência é prejudicado. Durante a fase de desenvolvimento, a tiroxina exerce efeitos análogos aos do hormônio de crescimento da hipófise.








O hipertireoidismo ocorre com freqüência, mas não precisa vir acompanhado necessariamente de um bócio. Ele, muitas vezes, apresenta formações nodulares, sendo que se diferenciam os nódulos frios, que armazenam pouco ou nenhum iodo, dos quentes, fortemente impregnados. A variante fria está tão degenerada no que se refere aos tecidos que não cumpre mais sua função de produzir hormônios e, além disso, tende a degenerar de forma maligna. Mas ela não leva à hiperfunção.

Os nódulos quentes, por trás dos quais ocultam-se adenomas[i] autônomos (assim chamados pela medicina), tornam-se rapidamente um ferro quente na vida, o qual não se gosta de tocar. Concretamente, não se suporta nada apertado ao redor do pescoço. A largura do colarinho aumenta rapidamente sem que se deixe de ter a sensação de aperto. Isso corresponde animicamente a tendências claustrofóbicas, ou seja, todas as situações restritivas são temerosamente evitadas. O pescoço incha e deixa claro o impulso de crescimento que mergulhou no corpo e que mal pode ser freado. O coração bate mais rápido, a pressão arterial e a temperatura do corpo aumentam e há um surto de sudação e de nervosismo. A inquietação motora é aliviada por meio do nervosismo, de tremores e da agitação. A insônia rouba ao corpo o descanso necessitado com urgência. Os olhos tremem de excitação, se arregalam e podem até mesmo ficar nitidamente saltados[ii].

O pavor está escrito no rosto dos pacientes como no de alguém que foi estrangulado, cujos olhos arregalados de medo parecem que vão saltar das órbitas. Franz Alexander fala de "Basedow de choque"[iii]. Esses olhos não estão somente arregalados, eles estão superdimensionados. Em alarma máximo, eles olham para uma luta entre a vida e a morte, para a qual o resto do corpo evidentemente se prepara. A conexão com o terror não se revela somente na expressão do rosto, tendo sido confirmada até mesmo em experiências com animais. Poodles confrontados com martas aos quais se tinha cortado a rota de fuga desenvolveram todos os sinais de hipertireoidismo, inclusive a sobressaliência dos glóbulos oculares, chamada de exoftalmia. Encontramos nas histórias de pessoas doentes a perspectiva de uma época pavorosa, com o correspondente sofrimento anímico de longa duração, com mais freqüência que algum acontecimento assustador agudo. De qualquer maneira, há também na maioria dos casos encontros precoces com a morte e experiências com a perda de pessoas próximas. Entretanto, a angústia da morte e o terror não são confrontados e sim rejeitados por meio da negação e da repressão, estampando-se então no rosto. Muitas vezes a negação chega a tal ponto que os pacientes procuram justamente as situações que mais temem. Além da expressão do rosto, o medo manifesta-se também no pânico que atormenta os pacientes, eles se borram de medo, tal como diz a expressão popular. Em vez de marchar através da situação em sentido figurado, eles vivem a "marcha" no intestino, sob a forma de diarréia. A tendência a transpirar além do suor de medo, pode ser apadrinhada também pelo esforço e tensão exagerados.

De fato, os pacientes não recuam nem diante de fadigas nem de esforços. Além do pânico, o pescoço inchado e os olhos salientes nos dão a imagem de um esforço imensamente excessivo, assim como um halterofilista que abusa de suas forças. A tendência de abusar das próprias forças encontra-se na maior parte das histórias de vida dos afetados. Eles tendem a amadurecer precocemente e a assumir responsabilidades cedo demais para pessoa tão jovens. O excesso de hormônio de crescimento e de amadurecimento em seu sangue sinaliza mais tarde as correspondentes pretensões que mergulharam no corpo. Muitas vezes até mesmo separados da mãe, enganados ou rejeitados, eles tentam combater a angústia e a incerteza resultantes identificando-se eles mesmos com o papel materno. ("Se eu não posso tê-la, devo tornar-me igual a ela, de modo que possa passar sem ela.") Isso leva muitas vezes a que as mulheres afetadas desenvolvam uma ligação quase incestuosa com o pai e à fixação em um papel feminino nos homens que pode chegar ao homossexualismo. Os pacientes permanecem abnegadamente fiéis ao desempenho do papel materno que eles exigem de si mesmos. O fracasso de uma tal tentativa de compensação pode detonar a sintomática.

Mas em seus olhos arregalados pode se refletir também a sede de luta e até mesmo a curiosidade. Encontraremos com freqüência ainda maior essa aparente contradição. Ameaçados e acossados, parece que os pacientes estão se preparando para grandes feitos que exigem toda a sua energia. Os sinais são de tempestade, como se a mais feroz luta pela sobrevivência fosse iminente. No entanto, eles mesmos não sabem nada disso, ao contrário muitas vezes consideram seus sintomas com grande distanciamento interno e, tal como demonstra a experiência, demoram a se apresentar no consultório médico. Eles não têm a tendência a deixar-se declarar doentes, agüentando pelo maior tempo possível. Sua coragem para a luta mergulhou na sombra e lhes é perfeitamente inconsciente. No corpo, ao contrário, eles demonstram com toda a honestidade, em nódulos quentes e no pescoço inchado, como estão candentes por expansão e desenvolvimento e os esforços que estão dispostos a fazer para isso. Eles não querem apenas tornar-se mais amplos, mas sobretudo progredir, sua fome é insaciável e trai um apetite semelhante pela vida. Eles não conseguem encher suficientemente a goela e muitas vezes se consomem de ardente ambição [Ehrgeiz em alemão: Ehr  honra / Geiz = avareza]. Esse tipo de avareza salienta-se no primeiro plano. Às vezes, a inquietação se explicita em um verdadeiro zunido ou uma pulsação do bócio. Esse estado tem algo de debilitante, a movimentação básica é tão alta que os afetados emagrecem e a impressão de que estão sendo acossados é sublinhada ainda mais. Eles se devoram de ambição e vontade de produzir.

O local da luta candente, no contexto da forma de avareza que cobiça honra, deixa entrever um outro tema além do pavor e da fraca disposição para a defesa. Sendo passagem do corpo para a cabeça, o pescoço constitui o acesso para a instância superior. Nesse lugar não só foi erguido um escudo defensivo aumentado diante de uma das zonas mais sensíveis do corpo por meio do bócio, mas foi também passada uma tranca que estreita todas as vias vitais de abastecimento. Ao redor desse bloqueio trava-se uma acirrada disputa que pode ser interpretada como uma luta pelo acesso ao local mais elevado. Muitas vezes esconde-se por trás disso a encarnação de um veemente conflito de autoridade que tem algo de decisivamente vital para os afetados. O corpo mostra como essa luta é desgastante, como consome as energias, e como a passagem para cima se estreita cada vez mais. O medo e a inquietação explicitam-se nos tremores. Constantemente em pânico de que estão perdidos antes mesmo de ter conseguido alguma coisa, cada estreitamento os deixa fora de si. Não é raro que eles, quando na presença de uma figura de autoridade correspondente, não consigam levar uma xícara de café à boca devido ao tremor. Eles têm uma bola na garganta, demonstrando que nada mais pode subir, embora em sentido figurado tudo neles queira subir. A sede de vida aliada ao medo (da morte) de perder tudo o que é essencial na vida também tem uma participação aqui.

Caso uma palavra ainda aflore em seus lábios quando nesta situação, eles o devem a sua grande capacidade de aprumar-se e de aplicar pragmatismo a tudo. Eles retêm os estímulos emocionais - especialmente os hostis - e sentimentos de todo tipo abaixo da barreira formada pelo bócio. Eles gostam de ajudar até mesmo seus opositores baseando-se em considerações racionais, assim como colocam-se, de preferência, maternal e protetoramente ao lado dos irmãos com os quais rivalizam. Somente quando, vez por outra, o dique no pescoço se rompe, abrem-se as comportas e banhos de lágrimas aparentemente sem motivo encontram o caminho da liberdade. Às vezes eles também são traídos pela voz raspada, rouca, audivelmente aflita, mostrando quanto a situação lhes dá o que fazer. Ela fala claramente da pressão sob a qual eles se encontram e o estado de espírito oprimido de que está cheia. Necessariamente baixa, a voz, forçada como é, deixa soar as pretensões propriamente ditas. Aqui a pessoa gostaria de externar-se mais e mais alto, mas não o consegue.

O componente de crescimento dos hormônios da tireóide alicerça as interpretações, pois o excesso de hormônio mostra as pretensões de crescimento que mergulharam no corpo. Esse é o seu lugar até a adolescência, mas depois deve localizar-se exclusivamente no nível anímico-espiritual. Portanto, não é de admirar que praticamente não exista hipertireoidismo na infância e que sua ocorrência aumente somente após a puberdade. Nos adultos, o excesso de hormônio revela uma regressão, um recuo a um plano que não é mais adequado. Os pacientes não admitem nem seus esforços de crescimento nem os de luta. Sua pretensão de amadurecer e crescer de forma especialmente rápida e de vivenciar o máximo possível é empurrada para o corpo, onde se desabafa com o aumento da produção de hormônio. O excesso de hormônio metabólico e de crescimento os deixa exageradamente sensíveis, volúveis, turbulentos e excessivamente vivazes, fomentando a angústia de morte. Eles estão tão despertos que não conseguem mais fechar nem um olho. As pálpebras tremem o dia todo, de noite eles evitam o sono. A evitação do sono, o irmão menor da morte, fecha o circulo da angústia da morte. Algumas histórias de doentes levantam a suspeita de que se trata do medo de terminar a vida antes que ela tenha sido vivida.

Chama a atenção que as mulheres sejam afetadas cinco vezes mais que os homens. Isso poderia levar à conclusão de que as possibilidades sociais de crescimento e de realização sejam nitidamente piores e, portanto, a probabilidade de que sejam reprimidas seja maior. Além disso, em muitas pacientes é evidente o desejo de satisfazer seus esforços de crescimento com a gravidez e, além disso, permitir o crescimento da família com adoções e filhos de criação, o que gera problemas em um ambiente relativamente hostil às crianças. Alexander fala de "mania de concepção apesar do medo da gravidez". Essa contradição se reflete na tentativa das mulheres afetadas de, assim, defenderem-se da própria angústia de morte, já que dão vida em outro plano.

A relação entre gravidez e glândula tireóide pode ser comprovada de várias maneiras. Durante a gravidez, por exemplo, ela está ligeiramente aumentada e trabalha mais intensamente. Uma atividade glandular insuficiente leva freqüentemente a esterilidade ou a abortos. O hormônio da tireóide também exerce uma influência positiva sobre a fertilidade dos homens. Ele produz um aumento no número de espermatozóides expelidos e também na sua velocidade de deslocamento. Há indícios de que, em relação à história da evolução, a tireóide se origine do âmbito uterino.

"Progredir por meio dos filhos" é uma variante freqüente da ambição encontrada de maneira geral no hipertireoidismo, que é a de progredir a qualquer preço. Fora isso, esse empenho se realiza em um programa de trabalho que chega ao esgotamento e nas exigências de produtividade de si mesmo e do ambiente. Neste ponto, também, as fronteiras são mais estreitas para as mulheres, encarnando-se dolorosamente no hipertireoidismo. quando o desejos de gravidez ou de produtividade são colocados em questão, isso pode levar ao surto da sintomática.

Uma outra razão para a maior freqüência entre as mulheres pode estar no fato de que a temática do produzir, lutar e se impor pertence mais ao pólo arquetípico masculino e, por essa razão, é fundamentalmente mais difícil para as mulheres. É muito difícil, por exemplo, transpô-lo para o âmbito primordialmente feminino do dar à luz. À parte o fato de que a vontade de produzir praticamente não corresponde a esse âmbito, um grande número de filhos é na verdade punido pela sociedade. O dinheiro dado pelo Estado para ajudar a manter as crianças não contradiz isso, ao contrário, é na verdade expressão de má consciência em relação àqueles que foram prejudicados pela prole numerosa.

Finalmente, a temática da autoridade entre mãe e filha é muito mais difícil de solucionar para a filha que para o filho. Segundo Alexander, todos os afetados adoecem da dificuldade de dominar a troca de papéis, de cuidado a cuidador.

A lição a ser aprendida consiste em admitir para si mesmo o medo e o pânico em relação à própria vida e as altas pretensões de desenvolvimento, produtividade, crescimento e vivência que com eles contrastam. Os enormes esforços e o empenho para obter o reconhecimento da autoridade, na maioria das vezes escolhida pelo próprio paciente, devem ser relacionados com a própria história. Para liberar o padrão, é necessário reconhecer a própria participação na situação contraditória: na maior parte das vezes, a angústia e o medo que se estampam na cara podem ser seguidos até decepções precoces (infantis) dos próprios desejos de dependência. As tentativas de substituir a segurança ameaçada dando-a a outros projetam luz sobre a exigência excessiva. Pois como se pode dar algo que não se tem, mas de que se precisa com urgência? A alta pretensão e a enorme disposição para a produção e o sofrimento tornam possível aquilo que é contraditório e, ao mesmo tempo, quase impossível. A situação que detona a sintomática da doença, que faz colapsar o edifício feito de angústia, esforço e negação de si mesmo, empurra os impulsos correspondentes para o corpo que, por sua vez, coloca-se sob a mais alta exigência e o incita a uma luta que não pode ser vencida. Os detonadores, que podem ir de crises de relacionamento até a perda por meio da morte e que são alimentados pelo medo fundamental, na maioria das vezes já ocorreram em pensamentos e, por essa razão, envolvem-se ainda mais no terror de uma profecia tornada realidade.

Quando o próprio fundo anímico é trabalhado, para o que uma psicoterapia muitas vezes não pode ser evitada, trata-se de voltar a viver conscientemente os impulsos que foram empurrados para o corpo. A ambição, que ganha asas no desejo de luta, e o empenho estão no coração que faz com que até o pescoço pulse. Após a admissão de como são ardentes com tudo na vida e com tudo o que vivem, com a ascensão e o reconhecimento de como gostariam de ser na realidade as "pessoas quentes" que eles até então somente viveram às escondidas, os sonhos de alto vôo têm uma chance autêntica de medir-se com a realidade. Quando se reconhece o bloqueio no âmbito do pescoço que separa a cabeça da realidade do corpo e, por exemplo, separa também a própria voz de seu campo de ressonância no corpo, só então todo o medo metido no desfiladeiro do pescoço e que está preso nos olhos arregalados pode tornar-se consciente. Os afetados não têm apenas um nó concreto no pescoço, seu problema são os nós anímicos, que formam uma barreira entre o que está em cima e o que está embaixo. quando se defrontam com essa angústia, que eles até então apenas meteram goela abaixo (no bócio), a luta no mundo exterior passa a ter uma chance. É possível também que ela deixe de ser necessária a partir do momento em que as energias de crescimento buscam outros rumos mais pacíficos.

O princípio da vida mergulhou na sombra e quer retornar aos níveis conscientes. O hipertireoidismo simboliza uma incrível abundância de vida e crescimento, demasiada para o corpo. É preciso desviar esse excesso de vida para os canais anímico-espirituais, pois lá quantas direções se queira, na verdade todas as direções, estão abertas.


Perguntas
No caso de nódulos frios:
1. Tenho nódulos (= problemas não resolvidos) no pescoço que poderiam matar-me com sua fria hostilidade à vida?
2. O que poderia me acontecer de ruim por continuar a ignorá-los?
3. Onde há um âmbito substancial da vida do qual retirei toda a energia, que tento manter frio?

No caso de hipertireoidismo e nódulos quentes:
1. Qual é o ferro quente que eu não quero segurar?
2. Que ambição ardente e grande pretensão me impulsionam? Qual o objetivo de minha fome insaciável?
3. O que me dá ímpeto, o que me deixa louco da vida?
4. Que pelote, que angústia tenho metida há tempo na garganta?
5. quem poderia pular no meu pescoço? No pescoço de quem gostaria de pular? Ao redor de que autoridade gira minha luta?
6. Até que ponto oscilo entre a angústia da morte e a avidez de vida?
7. Por que engulo estímulos hostis?
8. Como cheguei a ponto de colocar o pragmatismo acima das emoções? Por que forço discussões candentes para o corpo?
9. O que se esconde por trás de minha exagerada disposição para ajudar? O que se esconde por trás de meu (exagerado?) desejo de ter filhos?
10.     O que se esconde por trás de meu desamparo quando se trata de mim e da defesa de meus próprios interesses?
11.     A que urge meu alto índice metabólico (= troca de substâncias)? que substância de minha vida é preciso trocar? que troca é desnecessária?
12.     Onde quero chegar com o excesso de vida que há em mim?






Ao contrário da hiperfunção, no hipotireoidismo muito pouco hormônio da tireóide chega ao sangue. As conseqüências são baixo metabolismo basal e carência de energia. A pressão arterial cai, assim como o nível de glicose do sangue, surge a anemia e o metabolismo somente funciona no fogo mais baixo, levando ao cansaço, moleza, uma falta geral de impulso, e ao aumento de peso. Somam-se a isso a falta de apetite e a prisão de ventre, enquanto os cabelos* tornam-se secos e hirsutos e podem cair. A pele é mal irrigada pelo sangue e, em conseqüência, fria, tendendo a engrossar. O tecido subcutâneo adquire uma consistência esponjosa e dura, razão pela qual os médicos falam de mixedema. O estado de espírito é desalentado-depressivo, a expressão do rosto é embotada e desinteressada. A personalidade letárgica, ralentada, intelectualmente adormecida a ponto de dar a impressão de atraso mental é o maior contraste com os vivamente despertos, hiperexcitados pacientes de hipertireoidismo cheios de angústia.

Os pacientes de mixedema desenvolveram uma casca grossa para separá-los do mundo exterior. Com a irrigação sanguínea eles retiram ainda mais a energia vital da pele massuda e inchada, isto é, eles não querem estabelecer qualquer contato vivo com o mundo lá fora. A pele, como fronteira para fora, permanece assim fria e sem vida. As mãos frias, caso eles as estendam para cumprimentar alguém, deixam perceber que não aceitam qualquer contato afetuoso ou caloroso. Os pés frios revelam que seu enraizamento na terra é na verdade sem vida e deficiente. quando se tem os pés frios [em alemão, ter pés frios = estar em uma situação desagradável], logo vem também a angústia. Uma pessoa que ainda não encontrou um lugar para deitar raízes vive naturalmente com uma angústia fundamental.

Isso coloca os pacientes, com seus companheiros de sofrimento, no pólo oposto da hiperfunção. Como todas as oposições, esses dois contrários também se opõem um ao outro, mas ainda assim se encontram no mesmo eixo. Onde os pacientes de hipertireoidismo vão ao encontro da vida com angústia da morte e dão a impressão de que estão lutando em pânico pela sobrevivência, os pacientes de hipotireoidismo vão ao encontro da vida com indiferença, como se ela não lhes dissesse respeito. Assim como todo o resto, ela os deixa inteiramente frios. Parece que eles estão se fingindo de mortos. Mas no tema da morte há novamente algo em comum com os pacientes de hipertireoidismo. Uns a temem enquanto os outros a imitam, mas todos ocupam-se constantemente com ela.

Não é de admirar tanto que os pacientes não se sintam bem dentro de sua pele fria e esponjosa. O estado de espírito deprimido e a expressão amortecida do rosto, onde falta qualquer sinal de participação, o deixam bem claro. O coração bate em um ritmo fraco e cansado, movimentando um sangue ao qual falta substância. Trata-se de uma seiva vital realmente rala, com poucos portadores de energia (glóbulos vermelhos) e pouco combustível (açúcar). A baixa taxa de açúcar denota além disso que falta doçura a essa vida. Não é de admirar que também externamente os pacientes mostrem uma imagem de afastamento da vida em toda regra. Uma retirada incondicional de todas as frentes da vida mergulhou aqui na sombra e se encarnou. Este sintoma mostra seu caráter em seu caso extremo, o coma por mixedema, com estados de morte aparente e temperaturas inferiores a 23 graus. A vida aqui está quase congelada, as funções vitais estão praticamente suspensas. Há muito que os pacientes, em sua profunda inconsciência, já não dão sinal de vida. Eles já não podem mais sentir qualquer calor pela vida, isso somente é possível ainda por meio da ajuda vinda de fora. Eles podem de fato ser trazidos de volta para a vida. Tais situações extremas estão por trás da maior parte dos macabros relatos de pessoas enterradas vivas.

Pacientes de hipofunção não mostram qualquer disposição para assumir a luta pela vida, eles não se interessam nem mesmo por suas vidas. Os olhos cansados e ocultos em profundas olheiras contrastam com os olhos faiscantes e que saltam das órbitas de seus adversários com hiperfunção. Uma preguiça, uma apatia que não se interessa por nada contrasta com uma agitação hiperativa. Uns não se mexem do lugar, outros voam de um lugar para outro sem jamais chegar a lugar algum. Com tudo o que opõe um em relação ao outro, eles compartilham o tema que os divide e que se encontra no meio, entre eles, e do qual ambos encontram-se igualmente distantes. Trata-se de seu lugar na vida. Entre muito pouca vida em um caso e vida demais no outro, encontra-se a igual distância de ambos, a meio caminho entre eles: a vida.

A medicina moderna, que com seus métodos terapêuticos radicais de radioterapia e cirurgia muitas vezes transforma hiperfunções em hipofunções, mostra também como os dois pólos estão na realidade próximos. As pessoas assim tratadas passam necessariamente a precisar ser estabilizadas por meio de aplicações de hormônio da tireóide para o resto de suas vidas. Através desse procedimento, os afetados vivenciam o mesmo tema fundamental de dois lados contraditórios. Enquanto a terapia da medicina acadêmica para a hipofunção é regida pelo princípio da substituição e segue pensamentos alopáticos (a falta de vida dos pacientes é tratada com os hormônios vitais da tireóide), a radioterapia com raios de iodo segue caminhos quase homeopáticos. Os pacientes engolem iodo radioativo que se acumula na tireóide e que, a partir desta, se irradia de dentro para fora. Durante o tempo de tratamento o paciente inteiro está tão radiativamente radiante que precisa ser rigorosamente isolado. Os radiologistas contrapõem algo ainda mais agressivo aos impulsos vitais agressivos do sintoma que mergulharam no corpo. As substâncias radioativas são das mais ativas e, portanto, das mais vivas que se possa imaginar. Elas como que explodem de dentro para fora, dilacerando-se, em outras palavras, para sua vivacidade letal.

A lição a ser aprendida pelos pacientes e a redenção do tema hipofunção consiste em voltar-se consciente e inteiramente para si mesmo, limitar as atividades ao mínimo necessário e aprender a deixar acontecer. A "moleza" que todos os afetados encontram deve ser transformada naquele "Seja feita a Sua vontade" consciente. A tarefa não consiste em deixar-se levar de um lado para o outro por todos, mas permitir pacientemente que a vida lhe mostre seu lugar. Não resignação em relação à vida, mas uma retirada do "Eu quero!" para "Seja feita Sua vontade!”.

Enquanto na hiperfunção a vida mergulhou na sombra, aqui foi a morte. Portanto, é preciso deixar que tudo o que é velho morra, os velhos padrões e programas, tudo aquilo que há muito estava mortalmente cansado. O paciente de mixedema parece um cadáver, frio, inchado, exangue. Sua tarefa mais urgente é entender-se com a morte. Ele somente poderá viver quando aprender a morrer. Pode parecer uma tarefa bastante despropositada em uma sociedade industrial moderna. Entretanto, há culturas nas quais a preparação para a morte era o conteúdo mais importante da vida, tal como no antigo Egito, entre os maias e também entre os lamas do Tibete. Os Livros dos Mortos correspondentes são testemunhos desse caminho.

Com a subfunção ou o não funcionamento inato da tireóide, desenvolve-se o quadro de cretinismo, com nanismo e debilidade mental em diversos graus. Neste caso, a lição a ser aprendida descrita em primeiro lugar fica ainda mais clara, já que ela também se dirige aos pais de maneira muito substancial. A inteligência é necessária para tornar realidade o "Eu quero", ao menos em parte. Quando ela falta em grande medida, a subordinação do ambiente à própria vontade não é um tema. Os débeis mentais percebem o mundo de maneira instintiva em vez de inteligente, eles estão de fora desde o começo. Inúteis para os objetivos da sociedade e constantemente dependentes de sua ajuda, eles são uma carga para ela. queiram ou não, os afetados têm de suportar todas essas situações humilhantes. Na maioria das vezes, é menos difícil para eles que para seus pais. A única solução está em aprender a humildade a partir da humilhação. O nanismo expresso também deve ser entendido nessa direção. Evidentemente, não se trata de ser um grande protagonista nesta vida, mas de encaixar-se em uma pequena moldura em um grande mundo e desempenhar seu papel pequeno e modesto.



Perguntas
1. Por que não quero mais estar vivo? O que me leva a viver somente em ponto morto?
2. Para que preciso de uma pele tão grossa?
3.       O que meu excesso de peso quer me dizer? O que ele substitui em mim?
4.       Onde escondo minha energia vital?
5.       O que me transforma em um bloco de gelo?
6.       Como posso transformar minha resignação em entrega, meu fatalismo em devoção?
7. O que deveria deixar morrer para voltar a estar vivo?
8. Até que ponto fiquei devendo o entendimento com a morte?
9. Onde está meu lugar, onde poderia viver e florescer?






[i] Trata-se de um inchaço benigno da glândula que freqüentemente ocorre sem a formação de um bócio. A palavra "autônomo" faz referência ao fato de que os nódulos produzem hormônio independentemente da necessidade.


[ii] O hipertireoidismo que faz com que os globos oculares fiquem saltados (exoftalmia) é chamado também de mal de Basedow.


[iii] Franz Alexander, Psychosamatische Medizin, p. 136, Berlim, 1971.

Rüdger Dahlke


A Doença como Linguagem da Alma



OS SINTOMAS COMO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO

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